quinta-feira, 30 de maio de 2013

Se eu fosse...



Se eu fosse uma estrada,
te mostraria o caminho.
Se eu fosse o sol,
te aqueceria com carinho.
Se eu fosse uma flor,
te daria o meu perfume.
Se eu fosse a lua,
seria toda sua.
Se eu fosse uma árvore,
te daria a minha sombra.
Se eu fosse um riacho,
correria para os teus braços.
Se eu fosse uma estrela,
vagaria no espaço.
Se eu fosse o vento,
sopraria de mansinho
e diria que lamento
não ser tudo isso,
mas que existo
e que tudo isso,
são coisas que eu sinto
quando te vejo,
mas nunca digo
o quanto te desejo. 




Débora Benvenuti

Silêncio





Ouço os sons do Silêncio,
ou será meu pensamento
que caminha lentamente,
perdido na neblina do tempo?
Ouço vozes.
Sons que me conduzem
por caminhos tortuosos,
por passagens e paisagens
esquecidas num canto
escuro do meu coração,
onde vagueiam perdidos
os fantasmas da minha solidão.
Vejo vultos cambaleantes,
que se afastam lentamente,
envoltos na neblina do tempo.
Vagueiam em silêncio,
como sombras indecisas,
tal qual chama de uma vela
quando sopra a leve brisa.
Ouço o silêncio
do meu pensamento.
A noite é escura.
No céu, a lua ilumina a rua,
e eu esqueço
os meus tropeços.
Não sei se mereço
o que sinto
neste momento,
em que nada espero,
nada quero.
Só ouço o silêncio
do meu pensamento,
que voraz,
me devora,
enquanto o silêncio
que faz lá fora
vai embora...



Débora Benvenuti